terça-feira, 27 de outubro de 2009



Em busca da felicidade

Fazia muitos anos que não visitava a antiga casa de campo dos meus pais na cidade de Camberton, pois já estava com 21, tendo me despedido do lugar aos nove anos de idade. Camberton é uma cidade muito pequena a 500 km de Londres, cuja sua maior ocupação é por árvores e animais; algumas pessoas moram lá, só não me perguntem o que fazem. Quando duas semanas visitei-a, a fim de passar as minhas férias num lugar totalmente oposto do que passo todos os dias, encontrei um lugar diferente da imagem que guardava em mente, mas mesmo assim continuava a ser um lugar lindo, onde tudo que tem a fazer é olhar para ele todos os dias.
Desta última vez estava sozinha na viagem. Meus pais ficaram em Londres para receber alguns familiares e amigos, meus amigos nem se imaginavam num lugar como este, e eu por incrível que pareça, estava a fim de ficar sozinha. Este era o meu desejo momentâneo, que não se realizou por ser curiosa, pois quando tinha que estar dentro de casa, estava andando na estrada, procurando saber o que acontecera com as pessoas que moravam no vilarejo, nas enormes casas que agora pareciam abandonadas.
Eram seis horas da tarde, a escuridão do céu se aproximava depressa e eu ainda estava na metade do caminho do meu passeio ‘’investigativo’’, quando senti uma mão no meu ombro, perguntando: lembra de mim? Virei-me depressa e olhei um rosto conhecido, que me trazia algumas lembranças, que na hora estavam meio embaçadas, pelo susto que levara há poucos segundos. Sabia que era uma pessoa muito boa, então não tive receio em convidá-la para um café à tarde em casa; assim, iria recordar algumas travessuras da infância e não ficaria solitária, pensando eu, que isso também animaria Augusto – o menino que cresceu e que eu quase não reconheci – a melhorar sua baixa auto-estima que estava estampada em seu rosto.
Conversamos muito, sobre o que ele fez todos esses anos e o que eu fiz – que comparado, foi dez vezes mais; o que já dava para imaginar! – me deixando um pouco sem graça por não parar de falar. A conversa se prolongou, e ele ficou para o jantar, que preparei com ingredientes comuns, usados para fazer uma boa comida modesta, que aprendi a fazer nos finais de semana que minha mãe não cozinhava. Deixei-o falar. De inicio não saiu nada e só se ouvia barulhos de louças e panelas na cozinha, mas logo seus pensamentos ficaram autos e a conversa, sobre seus projetos de vida e desejos, ficou interessante. Com 19 anos de idade, ele falava com empolgação sobre o futuro desejado, mas com tristeza por não creditar que estaria nele. Ele acabara o colegial e não sabia o que fazer, mas seu pai conservador sabia, e não cansava de impor que seu filho iria trabalhar na sua indústria de produtos agrícolas que eram transportados para Londres. Augusto não parecia gostar de Camberton, entre tanta natureza e longe dos avanços tecnológicos, das variadas opções de carreiras que poderia trabalhar na capital e longe de todas as pessoas da sua idade, principalmente. Não gostava da idéia de trabalhar na indústria de seu pai, que era a maior empresa da região, mas que mesmo assim, não atraia população para a cidade, pois todos os produtos viajavam para Londres e outras capitais para serem vendidos lá. Sentia-se isolado do mundo e pensava que não poderia fazer nada para mudar isso. Bom, a situação financeira da sua família é das melhores, mas não tiraria nenhuma vantagem dela, se fosse embora. Não era isso que ele queria, mas precisava de dinheiro e apoio moral de alguém para partir e começar. Sua mãe não era contra a sua mudança, mas não o ajudava, abaixando a cabeça para o marido sempre que ele se alterava com o assunto.
Eu não tinha nada para fazer por um tempo, então, estava disposta a ajudá-lo para que encontrasse sua felicidade. O meu apoio moral ele já conquistara, só o de seus pais que ainda faltava, mas daríamos um jeito.
Já eram nove horas da noite e ele precisava voltar antes que a polícia começasse procurá-lo. A noite passou lentamente. Estava ansiosa, pensando na melhor maneira de convencer os pais de Augusto que ele iria embora construir sua vida longe de Camberton de forma pacífica com sua família. A manhã chegou, o sol estava radiante como nunca, e os raios refletiam entre as árvores, deixando o lugar mais bonito do que parecia na tarde do dia anterior. Eu saí à procura da casa de Augusto, o que não era difícil de encontrar, sendo umas das maiores casas do lugar. Andando, observei de longe uma casa maravilhosa, construída com pedras e um paisagismo fantástico. Com certeza era a casa de Augusto. O chamei e ele me convidou para entrar, assim foram todos os dias. Conversava com a mãe dele sobre tudo, menos sobre ele partir para Londres, seu pai ficava mais ausente cuidando de sua indústria, e quando estava também não dava muita atenção. Depois de uma semana visitando-o, passeando pelas estradas revestidas de folhas e flores e testando minha culinária em sua casa, estava cansada de tentar conquistar a confiança de seus pais a fim de convencê-los de forma indireta que augusto ficaria ótimo em Londres sabendo que estaria ao lado para ajudá-lo. Chegara a hora de ser direta e eu fui e, claro, eles não concordaram de maneira nenhuma, principalmente seu pai. Bom, como nada adiantava e em 3 dias eu iria voltar para a cidade me preparar para a volta às aulas, teria que agir rápido e de outra forma, convencendo o augusto de partir sem a aprovação de seu pai, ou seja, fugir. Ele precisaria apenas de casa e comida inicialmente, o que eu poderia ajudar, logo prestaria um concurso, e com sua inteligência e esforço entraria e poderia estudar e trabalhar como desejava. Aos poucos conquistaria a vida que desejava, e em três dias teria que convencê-lo a se libertar. Deixei Augusto pensar, e se ele topasse, teria que estar depois de dois dias na estação de trem, às 11 horas, pois estaria o esperando para partir para Londres.
Eram 10h50min e ele não poderia se atrasar. O trem sempre foi pontual e fazia o trajeto de Camberton à Londres, apenas duas vezes por mês. E sim ele chegou junto com o trem às 10h59min. Pensei que não viria, e estava triste, mas quando o vi chega correndo com um sorriso no rosto, senti a felicidade e responsabilidade que teria a partir dessa data.
Meses se passaram e ele estava mais feliz que nunca. Depois de sua partida seu pai foi atrás dele e por ver a felicidade de seu filho no lugar que ele desejava estar, com uma boa conversa e por amor ao seu filho o ajudou financeiramente.
Após um ano e alguns meses ele abriu uma filial da empresa do seu pai em Londres, para que eles pudessem trabalhar juntos, mas cada um no seu lugar.

Emanuelle Fagundes Weisheimer
09290965
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A Consequencia da Vida/ Por: Amanda Brandão


Era bom os tempos em que as pessoas se conheciam, mais de verdade! Venho lembrando quando eu morava no campo, Claudete, minha mãe sempre bem atenciosa e presente na vida dos filhos, daquele vilarejo pequeno e do lado do meu pai, ela nunca saiu.


Ia para a escola eu e meus 4 irmãos, uma família bem grande, uma vida difícil admito, como era de costume no campo, mais que pelo amor e a união da família, nunca isso nos foi tão evidente.

Quando tinha 19 anos, eu Carlos, filho do meio, decidi que teria que mudar, via minha mãe já com dificuldade de fazer as tarefas de casa e o trabalho braçal da horta, foi então que sozinho, vim para a cidade grande.Comecei a trabalhar em uma pequena padaria de esquina em uma rua movimentada, e me hospedava em uma republica, e mais simples, mais simples do que minha casa do campo, mas eu sofria o preconceito de ser tão simples de espírito e cultura. No começo não entendi muito bem, aquela ostentação dos ricos pra mim era tão superficial e sem importância que me destacava ligeiramente de todo aquele povo, da mesmisse, não que me sentia bem assim, mais era o meu caráter. Depois de dois anos, com pouco contato com a minha família recebi uma carta de meu irmão mais velho dizendo que nossa mãe tinha morrido. Morreu de câncer e sem nenhuma informação e acesso aos médicos, só foi diagnosticado após a sua morte. Isso me abalou muito, mais decidi ser forte e continuar a vida, afinal vim com o objetivo de crescer profissionalmente e voltar para ajudar um pouco meus parente, e é com esse objetivo que prossegui. Muitos anos se passaram hoje sou sócio da padaria, junto com o Amaral, para lhe ser sincero, nunca mais voltei para o campo, agente acaba se acostumando com essa vida corrida, e quando tive condições financeira para realizar o meu objetivo inicial, já estava casado e com duas filhas lindas, então percebi que a minha nova família a que eu realmente tinha que ajudar estava aqui, na cidade, e é aqui que vou passar o resto da minha vida. Pensando em mamãe e papai, irmãos, cada um seguiu seu caminho. Meu pai morreu poucos anos depois de desgosto e solidão, pela falta de Clarisse, e meus irmãos? Fizeram suas escolhas, a mesma vida dos pais.







Amanda Lopes Brandão (09201360)

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